ETNOBOTÂNICA NO BRASIL - UM ESTUDO BIBLIOMÉTRICO (2010-2020)

Isabela Cordeiro Guedes Queiroga; Thyane Viana da Cruz; Gabriela Narezi; Vânia Lima Souza; Diogo Pereira Silva de Novais; Ana Cristina de Sousa; João Vitor da Silva Brito

Isabela Cordeiro Guedes Queiroga Universidade Federal do Sul da Bahia
Thyane Viana da Cruz Universidade Federal da Bahia, Brasil
Gabriela Narezi Universidade Federal da Bahia, Brasil
Vânia Lima Souza Universidade Federal da Bahia, Brasil
Diogo Pereira Silva de Novais Universidade Federal da Bahia, Brasil
Ana Cristina de Sousa Universidade Federal da Bahia, Brasil
João Vitor da Silva Brito Universidade Federal da Bahia, Brasil

Palabras clave: base de dados, comunidade tradicional, plantas medicinais

Resumen

A etnobotânica consiste no estudo da afinidade existente entre as comunidades humanas e os recursos vegetais, tendo como base o conhecimento do passado e da atualidade. Várias pesquisas têm-se voltado para estudos de cunho etnobotânico no Brasil, buscando dispor de informações que norteiam estudos com o intuito de consolidar esta área da ciência. O presente trabalho tem por objetivo fornecer uma contribuição teórica para a produção científica com o uso de indicadores bibliométricos, a fim de demonstrar o atual arranjo dos estudos etnobotânicos no Brasil. O estudo se baseou em um levantamento de artigos científicos publicados de 2010 a 2020 nas bases de dados Scopus e Web of Science. O trabalho foi dividido em duas seções. Na Seção I são apresentados os indicadores e estatísticas descritivas, que resumem e fornecem um panorama geral dos trabalhos. A Seção II os artigos extraídos das bases de dados foram categorizados em: regiões do país; biomas; grupos sociais e finalidade da pesquisa. As análises bibliométricas encontraram um crescente número de pesquisas sobre plantas medicinais. Nas análises por categorias verificou-se que a região Nordeste concentra o maior número de trabalhos realizados. A região Norte é a segunda região com mais estudos etnobotânicos na década. Também demonstrou a defasagem de trabalhos nas regiões Centro-Oeste e Sul do país. A Mata Atlântica foi o bioma mais estudado nos últimos anos nas pesquisas brasileiras. Em conclusão, o avanço das pesquisas etnobotânicas brasileiras na década 2010 - 2020 sugerem seu grande potencial, principalmente para plantas medicinais, assim como o alto conhecimento étnico das plantas. Apesar disso, os indicadores demonstram que ainda existem lacunas para o desenvolvimento desses estudos, como biomas, regiões e grupos sociais subnotificados ou com significativa defasagem de informações. Superar essa escassez de informações pode contribuir para a adoção de estratégias nas futuras pesquisas etnobotânicas em Brasil.